terça-feira, 20 de março de 2012

Enxurrada


Sou um vagabundo. Faz parte de mim andar por ai sem fazer nada, simplesmente por andar. Ler por horas, assistir filmes, animes, curtas, series, doramas... Há quem diga que isso é vagabundagem, sendo assim: sou um vagabundo.

Acabei me aceitando assim, como alguém que aceita a cor dos olhos. E pra terminar ainda arranjei uma profissão que tem como uma das bases a vagabundagem.

Mas o que...?

Sim. Porque andar por ai, sem fazer aparentemente nada, assistir, ver blog, ler historias, coisas que para muitos significa ócio, para mim significa acréscimo. Existe um mundo enorme para ser conhecido, cheio de vários outros mundos em si. Círculos dentro de círculos. E tudo está aí para ser visto, ouvido, sentido. E não existe coisa mais importante pra quem quer criar. E convenhamos, até quando não é esse o objetivo não tem coisa melhor do que viver aproveitando a vida.

E assim chego ao ponto chave de toda essa balela escrita. Se já é ótimo viver as nossas próprias vidas, imagina viver outras mais? Não me leve a mal, não quero incentivar ninguém a ser fofoqueiro. Estou falando de LIVROS. Quando a gente lê, vive com os personagens, viaja para outra realidade, torce e se emociona.
Há também outros livros, os acadêmicos, os de tese, os didáticos etc e tal. Estes coitados sempre sofrem preconceito, ate mesmo dos ditos amantes da leitura.

Mas o que quero dizer é que até esses (principalmente esses), até mesmo os mais chatos, abrem nossas mentes e expandem nossos horizontes. Ler transforma. E não importa se você lê um livro ilustrado, um Dotoievsk ou um livro de Semiótica. A leitura entra e muda a sua vida como uma enxurrada faz durante uma tempestade.

Então, amiguinhos, aproveitem a vida, façam tudo que se deve, um pouco do que não se deve, e não se esqueçam de ler. Agora pra terminar um bônus. Enjoy. 


Tabaréu


Desde que terminei a faculdade fiquei na vagabundagem. A comum aquela que gente não faz nada além de se divertir, ou às vezes faz NADA mesmo. Mas durante todo esse tempo (quem vê pensa que tenho 30 anos de formado pzst!) estive na OUTRA vagabundagem também e tenho muito que contar.

Saí de Rondônia e vim para São Paulo (passando por Salvador, claro).



Um lugar no meio do continente, matas, pastos, rios enormes e um povo simples e acanhado. Cheio de pequenas coisas complexas em sua singeleza como é próprio da Natureza. Uma cidade pequena de 2000 habitantes contando a zona rural.
Um povo que vive no sítio e faz rodeios, algo totalmente fora do meu cotidiano. Um prato cheio para inspiração.

Depois, uma viagem de mais de 2000 km saindo e minha cidade linda (Salvador), descendo, contornando o litoral, até a enooorme São Paulo. 

Para receber um boom cultural.

As pessoas já gostam de falar mal de SP, a conversa mais freqüente é de que só tem cinza e barulho. O que não é de todo verdade. A cidade tem vários parques e praças espalhados e arvores ao longo de algumas avenidas. É certo que algumas parecem um tanto sombrias, tristes, mas não deixam de ser árvores. Mas o que me excita nesse lugar é a diversidade. Ando pelas ruas olhando prédios Ecléticos ao lado de outros Modernos que por sua vez estão em frente a outro em estilo Art Decó. 


Andar por São Paulo me faz parecer besta olhando para todo canto e soltando exclamações. 




Pra não dizer como eu parecia uma criança na loja de brinquedos quando cheguei à Liberdade. É muita coisa para ver, e vários lugares que pretendo ir assim que puder vários eventos para se tentar encaixar na minha vida de vagabundo trabalhador, várias idéias que surgem do nada. E finalmente o descongelamento de meus projetos. 


Falem o que quiserem, mas esse lugar (tirando só a saudade) está me fazendo bem.